Nelson Tangerini tem uma queixa

Ele trava uma luta solitária para tirar do esquecimento o nome de seu pai

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Nestor Tangerini (courtesia de Nelson Tangerini) 

Nos últimos dois dias, fui bombardeada por não menos que 21 emails enviados por Nelson Tangerini, filho do libretista brasileiro Nestor Tangerini (1895-1966).

Tangerini está desafiando todo o “establishment” brasileiro, que, segundo ele, tem conspirado para fazer toda a produção teatral de seu pai desaparecer do Arquivo Nacional e do arquivo da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT).

O pai dele, que morreu quando Nelson tinha 9 anos, foi, durante algum tempo, diretor da Companhia Teatral Jardel Jércolis, que, em 1936 e 1937, montou cinco musicais de autoria de Nestor: No Tabuleiro da Baiana, Estupenda!, Magnífica!, Na Dura!, e Gol!.

Tangerini acredita que o desaparecimento dos textos teatrais de seu pai foi uma artimanha para que os trabalhos dele pudessem ser atribuídos a terceiros, como o produtor Jardel Jércolis ou o letrista Luiz Iglesias, parceiro de Ary Barroso em algumas canções, entre as quais pode-se destacar “Boneca de Pixe”, um sucesso de 1938 na voz de Carmem Miranda e Almirante.

Durante anos, Tangerini tem feito contato com várias entidades para discutir o problema, e os resultados de seus esforços podem ser vistos pelo aumento da presença do nome do pai na Web. O respeitado Dicionário Cravo Alvin da MPB dedica espaço substancial ao trabalho de Nestor Tangerini.

Mas, para Nelson, isso não basta. Ele escreve: “No momento, estou preocupado com dois livros lançados recentemente no Brasil:

1.      Oscarito: O Riso e o Sico, de Flávio Marinho

2.      Grande Otelo: Uma Biografia, de Sérgio Cabral

Flávio se esqueceu de mencionar o espetáculo de revista “Gol!”; Sérgio diz que o espetáculo foi escrito por Luiz Iglesias. Eles não poderiam simplesmente ter se enganado, porque lhes entreguei meu livro [uma biografia de Nestor Tangerini, em um arquivo do Word] antes que eles escrevessem suas obras. Tenho tentado corrigi-los através da imprensa, mas nossa imprensa não está interessada em correção alguma. Flávio e Sérgio são ‘vacas sagradas’ e não podem ser desafiadas”.

Distante milhas e milhas das fontes de pesquisa, não posso emitir qualquer opinião sobre o assunto. Deixo que se manifestem aqueles que sabem algo a respeito.  

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